terça-feira, 30 de junho de 2009

Ideal X Real

Quando você sai à rua para trabalhar, comprar pão ou levar crianças à escola, você está inserido na realidade. Estes são exemplos de atividades que acontecem e que fazem parte do seu mundo real.

A realidade pode ser rotineira. Muitas vezes você pode andar pelas ruas e sentir que existe uma bola de ferro presa em seus pés e que lhe impede de fazer coisas que estão guardadas na sua mente. Suas vontades conscientes reprimidas pelos valores morais e as vontades que já estão depositadas no seu inconsciente.

Aquilo que está em sua mente é uma idéia do que você gostaria de fazer. É uma idéia da vida que você gostaria de viver. Portanto, é o seu mundo ideal.

Você chega à brilhante conclusão de que existem dois mundos para você e que você pode escolher entre um e outro. Mas, qual escolher? Ficar com a rotina e com a segurança (já que toda rotina também nos dá uma pseudo-sensação de segurança) do mundo real, ou se arriscar pelos caminhos aventureiros do mundo ideal?

Eu sempre faço algumas coisas pela força da situação, e acabo improvisando. Quando vou me dar conta do que estou fazendo, vejo que não é algo idealizado por mim, foi tudo o que o mundo deu a mim e não é aquilo que eu pedi ao mundo.

Improvisar é bom, mas sempre improvisar não é bom. As surpresas também podem ser ruins.

Para Platão, o mundo das idéias é o mundo da perfeição. Tudo que existe no nosso mundo sensível é uma cópia imperfeita do perfeito que está no mundo das idéias. Todos e tudo que a aqui existem, voltarão para lá.

Entre idealizar, ter o ideal, e concretizar (tornar real) existe um grande espaço (entre os idealizar e tornar concreto) onde deve ser encaixado um conceito muito forte: A atitude. Se você não agir o ideal nunca vai se realizar.

Mas e depois que o ideal se tornar realidade? Vamos nos acostumar com o ideal que agora é real e vamos viver uma nova rotina. Esta nova rotina vai nos aprisionar também e vai nos fazer pensar em uma outra idéia (oh meu Deus eu gostaria de estar vivendo outra situação que não fosse essa! Que vontade de estar fazendo “tal coisa”.)

Será que real e ideal é um ciclo que nunca acaba? Na minha opinião, acaba sim. Vai acabar, no dia em que todas as pessoas forem autônomas e se responsabilizarem pelas escolhas que fizerem.
Como diria Jean Paul Sartre: “O homem é livre enquanto não faz escolhas. A partir do momento em que escolher um caminho ele está preso a este caminho.”

segunda-feira, 29 de junho de 2009

Traumas

Meu pai um dia me falou
Pra que eu nunca mentisse.
Mas ele também se esqueceu
De me dizer a verdade
Da realidade do mundo
Que eu ia saber
Dos traumas que a gente só sente
Depois de crescer.

Falou dos anjos que eu conheci
No delírio da febre que ardia
No meu pequeno corpo que sofria
Sem nada entender.

Esta poesia é de uma música do Roberto Carlos, mas é exatamente tudo o que eu estou sentindo e queria dizer hoje.

Minha mulher em certa noite,
Ao ver meu sono estremecido,
Falou que os pesadelos são
Algum problema adormecido;
Durante o dia a gente tenta
Com sorrisos disfarçar
Alguma coisa que na alma
Conseguimos sufocar.

Meu pai tentou encher de fantasia,
E enfeitar as coisas que eu via.
Mas aqueles anjos agora já se foram,
Depois que eu cresci;
Da minha infância agora tão distante.
Aqueles anjos no tempo eu perdi;
Meu pai sentia o que eu sinto agora
Depois que cresci.

Agora eu sei o que meu pai
Queria me esconder
Às vezes as mentirasTambém ajudam a viver.
Talvez um dia pro meu filho
Eu também tenha que mentir,
Pra enfeitar os caminhos
Que ele um dia vai seguir.

Meu pai tentou encher de fantasia
E enfeitar as coisas que eu via.
Mas aqueles anjos agora já se foram
Depois que eu cresci.
Da minha infância agora tão distante,
Aqueles anjos no tempo eu perdi;
Meu pai sentia, sentia o que eu sinto agora
Depois que cresci.

Meu pai tentou, tentou me encher de fantasia,
E enfeitar, enfeitar as coisas que eu via.